A edição 2.185, de 06 de outubro de 2010, da revista VEJA, traz uma longa reportagem tipo encarte sobre as provas do Enem, onde dá destaque a quatro escolas particulares de Teresina que figuram entre as 26 melhores do Brasil, estando em pé de igualdade com os alunos do estado de São Paulo e Rio de Janeiro. A notícia nos deixa envaidecidos e tristes ao mesmo tempo. Envaidecidos por estarmos nesta disputa em pé de igualdade com os grandes centros. Tristes por não ter nesta relação nenhuma escola pública. Nestas escolas particulares de Teresina, algumas trabalham os alunos desde o início da escolaridade, em torno de três anos de idade até o final do ensino médio, é o que diz a professora Rosângela Fonseca Napoleão do Rego, coordenadora pedagógica da escola com o 26º melhor desempenho nacional. O que leva as escolas particulares de Teresina ocuparem esta posição ? Que diferencial têm? São os professores mais bem pagos? É um maior comprometimento com a arte de ensinar? Ou pode ser também professores mais qualificados? São uma série de questionamentos. Isso faz um distanciamento muito grande de nossas escolas públicas, os descasos políticos de não encararem a educação como a base principal para o desenvolvimento sustentável de uma nação.
          Neste final de semana, nos dias 6 e 7 estarão acontecendo mais um exame nacional do ensino médio que é uma das portas abertas para o ingresso na universidade. Certamente mais escolas particulares de Teresina devem figurar na lista das melhores e isso também deveria se estender as nossas escolas das cidades do interior, que poderiam se mirar nestes modelos vitoriosos e aumentar nossa participação nesse ranking. Por outro lado, deveria servir de espelho para os gestores da educação pública de nosso estado, como forma de procurar melhorar a qualidade de nossas escolas.