Antes do Bordado Buriti Era a Cidade das Rendas
Publicado por Gildazio em 10 janeiro 2011
Buriti dos Lopes ficou conhecida como a cidade do bordado, porém é necessário salientar que antes do bordado aqui já se praticava o artesanato com “rendas”, e para que possamos entender isso é preciso retornar no tempo e fazermos uma viagem ao século XIX, quando as primeiras rendeiras que se tem conhecimento começaram a produzir peças em renda, naquela época era uma atividade muito valorizada pois com a renda se produzia as vestimentas para cerimônias religiosas como túnicas e alfaias, além de adornos para casas e ornamentos para os vestidos das senhoras abastadas da cidade. Luzia Fontenele de Carvalho (1888 – 1967); Ana Rosa Lina Escórcio (1895 – 1988) e Francisca Val de Carvalho (1900 – 1982) foram as primeiras rendeiras que se ouviu falar, donas de apurada técnica foram destaque de nosso município na produção artesanal da renda de bilro.
É importante ressaltar que, Dona Bernarda Carvalho dos Santos, aos 89 anos de idade, é uma das últimas rendeiras viva, ela aprendeu a fazer renda aos 15 anos, colaborando com nossa pesquisa mostrou total lucidez ao nos informar que ainda guarda consigo seus bilros e sua almofada pois são lembranças de uma época já extinta em que as moças procuravam aprender o ofício, segundo a mesma, assim como ela, eram inúmeras as mulheres que trabalhavam com a renda, nos informou que no local em que ela mora, rua Bernardo Correia Lima, antigamente todos chamavam de “rua das almofadas”, pois era comum muitas rendeiras ficar nos fins de tarde nas portas de suas casas produzindo suas peças, que eram feitas por encomendas e vendidas para Dona Lili e Dona Nunci Escórcio.
Presume-se que foram nossos fundadores portugueses que deixaram essa herança para a nossa comunidade, porém uma característica em especial diferenciava o costume de nossas artesãs das demais, elas usavam bilros feitos de varetas de mameleiro com um tucum na extremidade, e ainda, usavam espinhos de tucunzeiro, e ou, de mandacaru substituindo os alfinetes. A renda representava naquela época aquilo que representa hoje o bordado, ou seja, uma alternativa de melhorar o rendimento de inúmeras famílias.
Pesquisa: Prof. Gildazio e Nenêm Calixto
Parabenizo mais uma vez o portal pelo resgate de nossa cultura. Mais gostaria de salientar que a minha mãe senhora Francisca de Oliveira Carvalho, também foi rendeira, presenciei muitas peças bem elaboradas que enfeitavam as roupa das filhas e as vezes atendia a demanda de dona Lili Escórcio, lembro ainda que a minha mãe está fazendo hoje 84 anos com muita lucidez. Parabéns
Sempre admirei o trabalho das artezãs e principalmente a agilidade delas com as peças feitas de tucum, até hoje me recordo da Senhora Ana do Claudio Vó do Goito e pensei que havia sido extinto esse trabalho parabéns Dona Bernarda e o Portal…
Ainda bem que o Benedito Sousa lembrou da Vó Ana, minha bisavó. Eu a conheci velhinha, mas trabalhando com bilros sem usar óculos. Por isso, acredito que ela tenha sido uma das pioneiras desta arte na nossa cidade. Procurem saber mais sobre ela com as pessoas mais idosas. Pode ser meu pai!
parabéns pela matéria…
lembro-me muito bem de Dona Socorro do Aristides, sentada em sua preguiçosa na porta de sua casa com sua grande almofada entr as pernas e batendo nos seua tucúns…
era uma musica para meus ouvidos eu adorava…
valeu!!!
Bem lembrado pelo Benedito Sousa e Redimiro Junior, minha bisavó, vovó Ana como eu e meus imãos a chamavam, foi uma das primeiras na arte da renda em nossa cidade. Em tempo, o Junior tem razão quando diz q seu pai Redimiro é um profundo conhecedor dos primórdios de nossa cidade. Procurem-no!!!
Parabéns pela matéria! Não resistir e publiquei no meu Blog com todas as identificações. Por favor se não concordar me avise. Obrigada, abraços, Algecira
Sou obsecada por artesanato é a que mais adimiro é a renda!
Aprendi a bordar em ponto cruz, ponto russo, fazer luminárias artesanais com latas, alem de fuxicos e aplica-los em roupas, tiaras etc…
Mas preciso, quero, desejo, venero aprender a fazer renda, sou bisneta de uma baiana rendera, porém já falecida e que não passou essa riqueza para ninguém da sua descendência, infelizmente!
Mas o meu pedido nesse momento é que respondam esse comentário me instruindo a fazer RENDA.
AGRADECIDA PELA ATENÇÃO.