Unidade Escolar Deputada Francisca Trindade realizou na noite de ontem, 09 de dezembro, uma festa de Colação de Grau para os alunos concludentes do Ensino Médio. Numa noite memorável, alunos dos três turnos foram homenageados em uma linda cerimônia, professores e diretores capricharam nos discursos o que fez a emoção bater forte em muitos dos presentes. Ao final da cerimônia os concludentes foram premiados com a brilhante apresentação da banda Besouros da Silva, que com um repertório diversificado e incomum, envolveu o público numa profusão musical há tempos não vista em nossa cidade. Parabenizamos aos alunos, professores, funcionários e direção da escola por ter proporcionado aos buritienses um momento mágico onde imperou o saudosismo.  

                   Foram 600 dias letivos, três diretores, vários professores, dois presidentes, três anos, alguns provões, muito riso, choro, estudo e besteirol.Como relembrar tantas histórias, se ainda não chegamos ao fim pretendido. Vocês recordam das piadas sem graça do professor? Dos apelidos? Dos eufemismos e das metáforas? Pois é, a tudo isso se acrescenta uma pitada de ironia. Mas ironia mesmo é a do destino. Nas mudanças de turmas e caras de cada ano, nas brigas, nas pazes.

                    Suas vozes são um verdadeiro coral, umas mais graves, outras mais agudas. Tem uma para cada nota. Falando em notas, fora 08 ou 09 em cada ano, em cada disciplina, algumas só altas, outras só baixas, fora o provão. Mas é assim mesmo. E, como há um recomeço em cada fim, terão agora pela frente uma realidade que quase nunca conheceram: a liberdade da escola, mesmo que essa seja breve, pois o mundo das responsabilidades não mais os chamarão de estudantes. Serão de agora em diante profissionais, universitários e infelizmente alguns desocupados, por pouco tempo, acreditamos. Não é mais chegada a hora de conselhos e sim de avaliações. Ao saírem por estes portões, serão ex-alunos, homens e mulheres ainda com o rosto de criança a competirem nesta selva de pedra: o mundo. “Mundo, vasto mundo, se em me chamasse Raimundo” “seria uma rima perfeita” para concertar uma palavra errada emergida no calor das discursões.

                 Todos vocês sabem que as aulas acabam quando terminam e até agora não terminou e nem acabou. E esta noite, além de seu caráter especial, traz a seguinte constatação: nunca mais na vida, vocês terão uma turma como esta, com estas mesmas pessoas, com os mesmos lugares, os mesmos professores. No próximo ano sentirão saudade do começo das aulas, de algumas pessoas, de outras não. Sairão daqui grupos de amigos, futuros conhecidos e desconhecidos. Já pensaram o que farão das fardas: uma parte, escrita com os nomes dos colegas, guardarão como lembrança por algum tempo, outra parte transformarão em roupa de vestir em casa ou mesmo em pano de chão.

                  “Para que serve isso? “Se eu soubesse quem inventou o estudo, eu o mataria” São algumas frases ditas por aqueles que não estudam. Mas para compreender a aplicabilidade das disciplinas lembrem-se: no inicio era o verbo (palavra), depois surgiram os corpos e entre ele as reações químicas. Explode a vida e com ela o homem: único ser dotado de razão, de historicidade, de sociabilidade e de linguagem.

                 Queira o destino selar entre os presentes este momento e que possam sair daqui com a certeza de que também foram poetas, sonharam e amam a vida. E que possam dizer dos amores que tiveram, que sejam para sempre. Respondam rápido e em silencio: Um amor? Uma dor? O que eu quero? Ser feliz é? Eu preciso de? Como veem, não há respostas fáceis e como o mundo é movido por perguntas, foram estas as de vocês: posso ir ao banheiro? Cadê as carteirinhas? Que horas vamos embora? Faltam quantos minutos? Aluno adora escola, odeia sala de aula. Se não precisa vem manhã, tarde e noite. Se precisa vem aos empurrões depois de caírem da cama. Tudo foi válido e tudo podemos fazer para melhorar o futuro. As portas de agora em diante se abrirão ou se fecharão, só depende de vocês, ou melhor, só depende de nós. Para quem já foi chamado (a) de criança, de adolescente, agora chamar-se-a de Adulto ou de Alguma Coisa, com nome e sobrenome, real ou fictício. Pois é assim que se pregam as peças desse teatro:

                 Queridos alunos atores, seus texto esperam ser escritos, vão lá, deixem suas pegadas, deixem suas marcas, pois a História não é o que passa, é o que fica.

TEXTO: Professor Fernando Luiz Liberato Moraes.

                   Momentos: “Viciados no Facebook”:







 
Fotos:  Alan Ricardo (Momento Facebook) .