O documento acima, datado do ano de 1831, assinado pelo Juiz de Paz de Buriti dos Lopes Luiz Joze Demetrio foi enviado como resposta à Portaria de 11 de agosto daquele ano, ao então Presidente da Província o Barão da Parnaíba Manoel de Sousa Martins. A referida portaria alertava sobre o comércio de escravos boçais vindos da Costa da África.
Neste documento nos é revelado que existiu em solo buritiense o comércio escravista, embora o texto de Luiz Joze Demetrio esclareça que naquele ano não mais havia comerciantes de Escravos Boçais (escravos recém chegados da África que não conheciam nosso idioma nem os costumes locais) isso não significa dizer que os comerciantes de Escravos Ladinos (escravos que já conheciam o idioma e os costumes) também tivessem encerrado suas atividade por aqui.
A preocupação do Presidente da Província em manter o controle sob a venda de escravos em nosso território nos evidencia o quão grande era a compra e venda de negros nesse distrito, o que certamente garantia aos cofres públicos parte dos lucros auferidos em forma de impostos. Nestas circunstancias podemos imaginar quantos seres humanos foram explorados, maltratados e acima de tudo usados para enriquecer as elites da época.