A Grande Quantidade de Cerâmicas Instaladas em Buriti dos Lopes Representam PROGRESSO ou PREJUÍZO AMBIENTAL?

Publicado por Gildazio em 23 maio 2015

     Quando descíamos há uns três anos a famosa ladeira do “S” em direção ao Estreito, Caxingó etc, nos deparávamos com uma imensidão de áreas verdes ou cinzas, marcadas por alguns pontos: casas, encostas naturais dos morros, roças, estradas. Mas quando fazemos o mesmo trajeto hoje dois pontos maiores saltam aos nossos olhos e de longe começam a modificar a paisagem em um ritmo bem mais acelerado do que o somatório de dezenas de anos ou várias gerações que vivem naquele lugar.

     Com suas imponentes chaminés, as fábricas de telhas e tijolos assustam e tomas forma no lugar e na vida, primeiro na dos moradores vizinhos, depois na de todos nós. Mas até aqui tudo parece meio romântico e distante da realidade, mas não o é. Esta é uma discussão ampla e que necessita de algumas explicações.

     Antes de nos portamos contra ou a favor do empreendimento, algumas respostas precisam ser dadas como forma de orientação e esclarecimento para a população que começa a se manifestar. Questões como: quem são os donos? De onde vêm? Por que estão em Buriti? São alguns questionamentos prévios que podemos fazer de antemão, mas outras interrogações mais profundas preocupam alguns proprietários de terras, fazendeiros, estudantes e entidades ligadas a temas socioambientais. Qual é o passivo para a natureza? Existe um manejo/ retorno para a natureza agredida na mesma proporção do impacto atual? Em quanto tempo isso vai se dá?  A área de atuação é apenas a pertencente às empresas ou existe algum tipo de aliciamento do proprietário/ arrendatário de terras.

     Qual o papel do poder público local A autoridade do meio ambiente no estado sabe da derrubada de árvores para fins comerciais além dos domínios das empresas, extinguindo espécies e acelerando a desertificação. As empresas vão reflorestar áreas que não são suas?

     Em nome do progresso, dos empregos diretos e indiretos e da circulação de capital, as indagações anteriores, costumam ser deixadas de lado e se tornam triunfo na mão dos capitalistas, que ameaçam demitir, criam dependência do trabalhador e alegam  que pagam tributos. Ainda que as empresas hajam dentro da legalidade, esta não tem vida, não tem ciclo de reprodução e não sofrem com aumento da temperatura.

     Quando há algum impedimento de ordem ambiental, comercial ou exaustão dos recursos, empresas como essas desmontam suas estruturas, migram para outras reservas e iniciam todo o processo novamente, mesmo que tenham sido condenadas por causar danos ao meio ambiente, quase irreversíveis.

     Aos funcionários, demitidos, e também moradores de Buriti dos Lopes, resta de cima da ladeira do “S” a Saudade daquela paisagem verde de inverno e cinza e vermelha no verão que não se renovará sozinha como outrora. Aos donos dos meios de produção, que nunca perdem, resta encontrarem um novo DESAFIO para suas fábricas e suas chaminés tornam mirantes para que o homem entenda o alcance de suas atitudes.

TEXTO: Professor Fernando Liberato

7 Replies para “A Grande Quantidade de Cerâmicas Instaladas em Buriti dos Lopes Representam PROGRESSO ou PREJUÍZO AMBIENTAL?”

  1. Avatar emanoel disse:

    como professor de geografia e especialista em manejo ambiental,sou totalmente contra,quando se fala sobre o meio ambiente,pois a fauna e a flora devemos não só preservar como cuidar,pois gerações futuras precisaram.E ai!!as pessoas se preoculpa no momento em satisfazer o seu ego as suas necessidades pessoas , mas não estam dando a minima de atenção a natureza.

  2. Avatar Márcio Santos disse:

    Antes de mais nada, gostaria de saudar o autor do texto que bem conheço e parabenizar pela iniciativa textual no que se refere as questões ambientais, mais precisamente, esse problema que assola nossa comunidade. A princípio, uma fonte de renda para os moradores do entorno que passam a trabalhar nas fábricas. É fato, o rodízio que os donos das empresas fazem com os funcionários que sequer tem a oportunidade de alcançar os direitos trabalhistas que lhes é de direito. Bem, e o outro lado da moda? E a natureza, o meio ambiente que tanto nos fornece matéria prima desde os tempos de nossos ancestrais que dali extraiam de uma maneira menos agressiva para sua sobrevivência? Para muitos isso nem importa, para um punhado de ignorantes sensacionalistas essas criticas contra as agressões ao meio ambiente são sem fundamento. Então que eles continuem com suas ignorâncias e que eles pereçam assim como a natureza. Atitudes devem ser tomadas, porém somos ínfimos diante do poderio dos empresários e dos políticos que tem papel fundamental nessas ações de degradação.

  3. Avatar Carlos Alberto disse:

    ótimo texto. Assunto abordado também. parabéns ao autor do texto Fernando Liberato. O autor diz tudo no título, progresso, pela geração de empregos direto e indireto, degradação do meio ambiente, os dois. Mas as grandes empresas fazem uma compensação ambiental, imposto pelo poder público, veja, a Faber Castel,lápis. Sou a favor do progresso, mas, dar para conciliar e conviver o ambiental, o social e o financeiro. Vale os órgãos públicos fiscalizar a mão de obra escrava, os direitos trabalhista destas pessoas, qual a quantidade de emprego? e os impostos para o município?

  4. Avatar Anonimo disse:

    Buriti deveria se orgulhar dessas empresas estarem se instalando aqui. Vivemos em um mundo capitalista e o setor privado é a mola mestre do capitalismo. O setor público deve fazer seu papel, fiscalizar as empresas, para que elas atuem dentro das leis vigentes no país. Todos os países em que a população vivem em melhores condições é movido pelo setor privado. Com quem queremos nos parecer? Com Europa, EUA, Canadá, Japão, Australia, Coreia do Sul, China (todos movidos pelo setor privado), ou com a Africa e Oriente Médio (pouca influência do setor privado)(. Fica a dica para o jornalista, Matéria: Qual a influência desses empreendimentos para a econômia local.

  5. Avatar Izael Miranda disse:

    Sou a favor das empresas, no sentindo em que podem gerar emprego e renda para o município desde que esteja dentro das normas legais e tal (Uma discursão bem ampla, que passa por desenvolvimento sustentável à sentindo da palavra Progresso), mas o comentário do sujeito acima reproduz esterióticos históricos contra o Continente Africano e as populações do Oriente Médio.
    Por que não poderíamos parecer com as populações do continente africano?
    Afinal devemos muito a eles!!!

  6. Avatar FERNANDO LUIZ LIBERATO MORAES disse:

    Caro anônimo e demais comentaristas desta matéria acima, todos nós já sabemos da desculpa desenvolvimentista que toma frente a qualquer discurso contra um falso atraso econômico, cultural e até racial, como o penúltimo comentário, o fato que atrai empresas deste tipo para nossa região não é o progresso, talvez seja até o inverso deste. Por exemplo, digam-me se a matriz energética barata da nossa região não fosse acessível, estas empresas atuariam aqui, utilizando a energia solar que é abundante? Vocês já tiveram a oportunidade de passarem pela PI que corta a região, se não, quando passarem não olhem para as belíssimas chaminés, se não seus veículos podem cair no único trecho que excesso de buracos em mais de 70 quilômetros de toda a pista, causados principalmente pelas caçambas que levam o barro para as fábricas. Quem vai tampá-los? As empresas? Não sou contrário a qualquer forma de desenvolvimento e não quero atraso para nossa cidade atrasada. Uma coisa é nós acharmos a nossa cidade atrasada, pacata, outra é provocarmos o atraso das pessoas para uma reação tardia.Não queremos parecer com ninguém, pois já somos parecidos com nós mesmos, o que não podemos é incorporar um discurso em nome de outro.

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