Será se o Mundo Virtual nos Faz Esquecer de Viver a Vida Real?

Publicado por Gildazio em 27 novembro 2015

     Há algum tempo ,  não muito distante, eu escrevera um texto intitulado “Apesar da corrida contra o tempo precisamos lembrar  de viver” e assim como tudo se modifica, atualmente nos deparamos com situações diversas daquele período, a internet já existia àquela época, mas o fato é que atualmente enquanto uns correm contra o tempo devido o acúmulo de atividades, outros somente se deliciam nas redes sociais, com um tempo imenso à espera da próxima postagem, do próximo clique, passando horas a fio imersos em um mundo vazio, com a mente inebriada somente pela curiosidade da vida alheia, do passar do tempo, sem estudar ou trabalhar,  apenas deixando a cabeça exausta e o corpo cansado,  sem exercício algum, debruçados em celulares, notbooks , tablets e outros recursos tecnológicos.

     A verdade é que estamos diante de uma geração de pessoas cada vez mais inertes, totalmente despreocupadas com o futuro e o querer produzir, interessadas somente em expor seu convívio a seus semelhantes, muitas vezes sem questionar para si mesmo quais são suas necessidades reais, seus sonhos e objetivos, surgindo daí algumas perguntas:  será mesmo  necessário ou importante expormos a nossa vida como um livro aberto literalmente? E por falar em livros, há quanto tempo não se vê alguém a mergulhar nesse mundo de encantos e aprendizado? Será que realmente precisamos “compartilhar” nossas alegrias, dores e sofrimentos com o mundo todo? Não seria interessante nos resguardarmos um pouco mais e ser surpreendidos com a doce frase: como está você, dita por quem realmente nos ama e se importa conosco? Não seria mais prazeroso conversar olho no olho dos amigos do que de repente ter um milhão deles, sem ao menos conhecer um de verdade?

     Precisamos resgatar muita coisa que se perdeu nesse contexto tecnológico, como a magia dos contos infantis para os pequenos, o exercício físico e mental para as crianças, realizando outras atividades como as brincadeiras de ruas, os filhos ouvirem mais seus pais em vez do interesse nos jogos virtuais, adultos participarem ativamente da criação de filhos, assim como o respeito aos idosos, que não compreendem muito o que se passa atualmente, não com relação à tecnologia, mas principalmente ao momento existente, onde os valores estão invertidos, a sociedade corrompida e o prazer de viver deixando de ser vivenciando para ser apenas observado, provocado, forçado, tudo para aparecer, sair bem na foto e nas selfies… serão  estas pessoas “antenadas” com o mundo e esquecem de si mesmas?

     Portanto, é interessante lembrar  de como era confortante a vida livre e suave de outrora, onde ninguém sabia passo a passo a vida do outro, as pessoas conversavam mais, se divertiam mais, eram mais alegres, inteligentes, sociáveis umas com as outras, gostavam de contar e ouvir estórias, caminhar e sentir a leveza dos ventos nos cabelos ou simplesmente viver sem pressão, sem se sentir por fora da existência, do planeta, em um segundo em que não está conectado. Contudo, cabe a nós revertermos essa situação no próprio convívio, nos monitorando pra não se deixar seduzir pelo ambiente tecnológico e renunciar os instantes preciosos que nos cercam, ensinando também para os jovens o prazer da descoberta, do dia a dia, de uma vida criativa, onde se direciona e administra-se o tempo para conquistas pessoais e profissionais, que refletirão em atitudes benéficas para toda uma sociedade.

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