O dia 22 de dezembro de 2015 entrou para os anais da história buritiense, um dia normalmente marcado pela celebração e pela alegria dos fies ao iniciar os festejos da Padroeira da cidade, desta vez será lembrado como o dia em que uma tradição foi violada. Como em todos os anos a população lotou a praça da matriz e aguardava ansiosa os bravos carregadores que conduziam o Mastro de Nossa Senhora dos Remédios, no entanto, a alegria da chegada e sensação do dever cumprido por aqueles que  carregam nos ombros a tão pesada carnaúba foi frustada pelo não benzimento desta antes de ser hasteada. E só depois de horas de espera finalmente o povo decidiu que o mais sensato seria erguer o mastro.

     Entendamos o ocorrido:

     Segundo alguns membros da Igreja o Padre Paulo Jorge havia se contrariado pois o que tinha sido combinado com os organizadores da festa do mastro não teria sido cumprido. Disseram-nos que o acertado, entre Igreja e organizadores do mastro, era que quando o mastro chegasse ao bairro Outro Lado da Passagem, na altura do comércio do Bion, os membros da Igreja, inclusive o próprio padre, deveriam ir à frente do cortejo conduzindo-o até o final do trajeto.

     Ao que parece houve uma lamentável falha de comunicação, pois os carregadores de fato, aqueles que por horas e horas emprestam seus ombros e suas forças para que o traslado do “Pau da Santa” possa ocorrer não haviam sido informados da programação e não entendiam aquele carro parado à frente do cortejo, pudemos presenciar  que no local onde deveria ocorrer o encontro os carregadores ficaram sem entender qual seria a função daquele carro, ultrapassaram o carro e decidiram seguir em frente cumprindo com os rituais e as “paradas” tradicionais.