O Brejo do Espírito Santo é um manancial preservado cingido por estrondosos Buritizais. Está aproximadamente 31km de distância de Buriti dos Lopes. É Patrimônio Cultural Material Natural de nossa cidade.

     No ano de 2015, alunos da Unidade Escolar Nossa Senhora de Fátima – UnENSFa, juntamente com sua equipe docente e pedagógica desenvolveram um projeto artístico-pedagógico de Fotografia Documental Escolar com o tema Fotografia Escolar Nosso Patrimônio em Fatos e Fotos. O objetivo principal era desenvolver atividades de Educação Patrimonial no referente ao Patrimônio Cultural Material e Imaterial da comunidade onde a escola está inserida e de suas comunidades adjacentes, norteando os alunos na direção correta do que é patrimônio cultural material e imaterial bem como sabê-los reconhecer, valorizar e preservar.

     O produto final foi a realização de uma Mostra Fotográfica de tema homônimo ao projeto exposta na Praça Antônio Romão, no centro da cidade.

     A mostra foi um grande sucesso e contou com a visitação prestigiada de quase todas as escolas da cede do município, onde houve representatividade efetiva da Academia Buritiense de Artes Ciência e Cultua – ABACC. Foi a partir daí que surgiu o interesse de planejar a expedição científica a este patrimônio cultural realizada dia 27 de Fevereiro pela renomada academia. A metodologia aplicada foi desenvolvida através das técnicas rudimentares da fotografia e dos elementos básicos da linguagem fotográfica e visual, de modo a capacitar os alunos a obterem ferramentas necessárias e adequadas para o registro documental imagético dos patrimônios identificados pelos próprios alunos dentro de sua casa, sua rua, sua comunidade, sua cidade. Como consequência foi realizada uma primeira excursão com os alunos para captura de novos registros fotográficos.

     Os resultados do projeto foram além do planejado, posto que os alunos conseguiram identificar inúmeros elementos de patrimônio cultural de ambas as naturezas, material e imaterial. Além dos objetos, artefatos, modos de confecção e produção, pessoas, conhecimentos populares e tudo que pôde ser identificado pelos alunos como patrimônio cultural, surgiram três motivos fotográficos impressionantes e que chamou logo atenção dos responsáveis pelo projeto: O Brejo do Espírito Santo, o Sítio Arqueológico de Pinturas Rupestres Espírito Santo e o Sítio Arqueológico de Gravuras Rupestres “As Branquinhas”.

     A dimensão dada aos registros motivou a elaboração de novas expedições para pesquisas acerca dos patrimônios identificados, logo, uma segunda excursão de intenção científica em busca de mais informações e elementos fontes de estudos e aquisição de novos conhecimentos e cultura. Seguiram se mais duas expedições. Nestes turnos apenas a equipe pedagógica e docente da escola participou.

     Trataremos atinente, das fotografias trazidas por alunos do brejo de buritizais localizado na comunidade Espírito Santo. O fator que apanha a cena aqui é a analogia entre o Brejo do Espírito Santo e o Brejo de Buriti dos Lopes; por conta do primeiro ser uma área ambiental preservada fecunda e o segundo uma área ambiental degradada esgotada. O brejo que inferi o nome da cidade e símbolo munícipe está se esfacelando em troncos tombados e árvores mortas. O oposto do que deveria acontecer, revela-se em avançado processo de destruição devido à retirada constante e inadequada das águas que formam os lençóis freáticos que alimentam o brejo buritiense. Os lençóis estão exaurindo-se. O riacho que transpassava o moribundo brejo é areia estéril sem as nascentes d’água emanando sua vida, seu curso d’água. As árvores de Buriti estão secando, caindo sua copa e ficando apenas os troncos em pé, servindo apenas de mirante para urubus. Sem água, as raízes secam e perdem a consistência que os sustentam no solo, os troncos tombam a pique e racham com a queda. No verão surgem queimadas dentro da área do brejo.

     Quando estivemos, em primeira expedição, com os alunos envolvidos no projeto, o recém identificado Brejo do Espírito Santo, novas fotografias foram capturadas e algo de inédito nos adveio. Reconhecemos inúmeras árvores buritizais recém nascidas, o novo brejo encontrado é também um berçário de árvores de Buriti. Isto pode nos dá a possibilidade de uma enorme contribuição na revitalização do Brejo de Buriti dos Lopes.

     Há uma parceria entre a ABACC, Academia Buritiense de Artes, Ciências e Cultura; estudantes e coordenação do Curso de Biologia – UFPI/UAPI e o Dr. Valdemar Rodrigues, ambientalista de vasta experiência em revitalização de áreas naturais degradadas, na intenção de construir um projeto de recuperação do Brejo de Buriti dos Lopes, um estudo diagnóstico das causas da degradação, laudo técnico com as intervenções a serem tomadas nesta direção. Propõe-se também a elaboração de proposta e projetos de leis ambientais municipais para garantir direitos legais de preservação do Brejo. Toda movimentação está em reviver o brejo símbolo da cidade.

     Com a descoberta do novo patrimônio, foi identificado não somente um brejo preservado, mas, também uma probabilidade real de auxílio para reconstituirmos as áreas degradadas do Brejo de Buriti dos Lopes.

     Indagado sobre a possibilidade de doar mudas para o replantio das árvores buritizais do brejo mortificado, o dono da propriedade onde o outro brejo preservado está situado, na ocasião da primeira excursão, nos deu garantias que as mudas seriam doadas, havendo assim uma esperança legítima da revitalização do Brejo de Buriti dos Lopes.