Banda de Música Municipal João Batista Amaral está Deixando de Existir Após 110 Anos de História
Publicado por Gildazio em 07 junho 2016
A Banda de Música João Batista do Amaral é um patrimônio cultural da cidade de Buriti dos Lopes. Nasce pelo esforço de alguns cidadãos empenhados em rememorar suas antigas formações. A primeira formação da Banda de Música Municipal foi de 1906 pelo então Intendente do Município, o Almirante Gervásio Pires Sampaio, a banda ficou desativada durante muitos anos, mais tarde, já na administração de Wenceslau de Sampaio, foi reativada e voltou a se apresentar para a alegria dos buritienses. Após 42 anos de inexistência uma nova banda foi apresentada à sociedade buritiense no dia 04 de setembro de 2000, foi durante o terceiro mandato do Prefeito Antônio Ribeiro Tavares que a música orquestrada renasceu em nossa cidade, em forma de homenagem foi batizada com o nome: Banda de Música Municipal João Batista do Amaral.
Estamos no mês de Junho, a metade do ano, e os músicos atuais esperam pelo primeiro ensaio. A sociedade clama por educação e cultura. É ciente que esse não é problema específico da cidade, mas de toda uma conjuntura nacional que não dá evidência à educação e à cultura.
Todavia, exemplos específicos são vistos por algumas cidades, como Viçosa-CE que tem Projeto de Banda de Música há vários anos, um exemplo para toda região. Nossas cidades vizinhas, Parnaíba e Luiz Correia, mesmo com toda dificuldade mantêm suas Bandas de Música atuando, com auxílio de Bolsa aos Músicos.
Desde quando surge com essa nova estrutura, à Banda de Música não é dada a devida importância. Percebe-se ao longo de sua história um sucateamento dos instrumentos, de sua sede, influenciando diretamente na qualidade das apresentações e execuções musicais. Esse vício está sendo seguido pela atual gestão, que não desempenha nenhum interesse explícito para com esse Patrimônio.
Primeiro, vimos a demissão do Professor do Grupo de Flautas, Sargento Antônio Rodrigues que desempenhava uma função importante de ensinar a base musical para as crianças, o grupo de flautas era uma escolinha de formação de músicos. A Banda de Música era querida pelos estudantes do grupo de flauta, havia disputas internas de quem se destacava para ter acesso a entrar na Banda de Música. Segundo, percebemos atitudes esporádicas, como por exemplo ensaiar 2 meses antes da semana da Pátria e para os festejos da cidade, o que angustia todos que são envolvidos, o Maestro e instrumentistas. Percebe-se uma visão apenas utilitária da Banda de Música, que só serve para tocar os Hinos e apenas nos festejos da cidade. Terceiro, houve uma tendência em renovar a Banda de Música, tirar os músicos “velhos” para novos membros aprenderem, uma desculpa. O que percebemos de fato foi que a atual gestão passou a considerar os músicos veteranos “espertinhos demais”, “estavam cobrando muito”. O que seria mais compreensivo e inclusivo seria mesclar componentes veteranos com os novos componentes. Não só na música, mas como em todos aspectos da vida humana, as trocas de experiência são necessárias.
O que os artistas querem é uma ação constante, com políticas públicas que percebam a importância da cultura para o desenvolvimento humano, para o engajamento na sociedade, além de ser alimento para a alma tanto dos que tocam como para quem escuta. Clamamos ao atual Prefeito que abrande sua alma, sua subjetividade para essa sutiliza da vida que é a Arte. Queremos a mesma atenção que dão aos Mega-Eventos midiáticos que acontecem na Avenida Lívio de Carvalho.
Se a desculpa é dinheiro no caixa, não é preciso muito para deixar funcionando com padrões mínimos essa Banda de Música. É preciso sim, mais planejamento, pessoas mais interessadas com a Banda de Música, por exemplo nomear um coordenador específico que cuide das demandas e sirva como um interlocutor entre a Banda e a Prefeitura, precisamos de instrumentos, dos maestros Antônio Rodrigues e Flávio Costa, queremos um local apropriado para ensaios, queremos uma agenda de apresentação anual, com apresentações para os buritienses de todas os povoados e cidades vizinhas. Enfim, pedimos uma atenção constante.
7 Replies para “Banda de Música Municipal João Batista Amaral está Deixando de Existir Após 110 Anos de História”
sei o quanto isso é importante para a nossa sociedade,pois viajo muito e sempre que chego em determinadas cidades piauienses ou de estadas circunvizinho percebi-se apresentações desse tipo.
Isso é a mais pura verdade, fico muito triste em saber que algo tão precioso e histórico possa acabar por negligência!
Saudades do tempo em que fui componente, foram os melhores tempo da minha vida!!!
Sou muito grato ao Professor A.Rodrigues pela paciência que teve, e também por tudo que nos ensinou, tanto musicalmente, quanto moralmente, e também ao Flávio pela garra em lutar até o fim pelo bem da banda!!!
Parabéns, Professor Izael!
Nossa juventude e sociedade clamam por cultura. Esperamos que a Secretária de Cultura fique sensibilizada e dê mais atenção a nossa Banda e valorize o Talento de nossos músicos.
Parabéns Professor Izael Mirando. Excelente texto, excelente reivindicação, excelente clamor… é a nossa cultura que fala por suas palavas… bom, o quanto se gasta para fazer uma mega festa dessas… todo ano tem… vêm algumas bandas de fora, tocam algumas horas e vão embora com o dinheiro dos cidadãos… eu como cidadão me sentiria melhor com esse dinheiro sendo gasto com a Banda Municipal… com apenas o que se gasta com uma dessas mega bandas, seria o bastante para resolver todos os problemas da banda municipal, pelo menos de forma imediata… os problemas mais urgentes… sim… a preocupação que está em jogo aqui, professor, é pela Cultura Buritiense, não por uma opinião politizada ou tendencialista que possa parecer… é por ter sido integrante da Municipal de Parnaíba por 10 anos e saber o quanto seu clamor é verdadeiro e necessário, urgente, emergente… peço junto com você o mesmo… pela Banda Municipal João Batista Amaral… pela música instrumental, pelos músicos, pela Cultura.
Buriti dos Lopes esta passando por uma situação que não é valorizado a cultura e a arte ,os esportes e nada de incentivos sustentáveis ,ecologicamente falando.É lamentável!!!
Satisfeito com o que li e parabenizo o autor pelas verdades que foram ditas e esclarecimentos prestados a cerca da situação cultural de nossa cidade. Podemos dizer que há um certo descaso com algumas questões de nossa cidade? Me pergunto quanto uma sociedade civil perde ao ter uma bem cultural deste porte, desativado por falta de interesse público, mesclado com cunhos políticos e pessoais. Triste realidade de uma cidade que respira política, de uma sociedade que se contenta com uma carrada de piçarra ou de aterro, ou até de uma garantia de efetivação no serviço público através de um concurso fajuto. O que vemos, são lascas de administrações que desprezam os bens mais preciosos que uma comunidade pode herdar. O que nossos filhos dirão à respeito de uma Banda de Música que estará marcada apenas na memória daqueles que puderam apreciar momentos singelos e marcantes? Nada poderão dizer, porque de nada saberão, pois ela já não existirá mais. Fica o nosso descontento, e expomos nossas insatisfações nas redes e mídias sócias onde todos podem ver, analisar e julgar de acordo com a sua sabedoria. É a triste realidade de uma sociedade que se subjuga vivendo ao lado da hipocrisia daqueles que se dizem ser os nossos representantes municipais. E nada mais são do que “políticos”, e esse termo em destaque, anda meio banalizado nos dias de hoje.
A esperança jamais morrerá, a sociedade não é mais boba…morrerão eles, os “bem-feitores” abraçados ao lado da pobreza espiritual.
sei o quanto isso é importante para a nossa sociedade,pois viajo muito e sempre que chego em determinadas cidades piauienses ou de estadas circunvizinho percebi-se apresentações desse tipo.
Isso é a mais pura verdade, fico muito triste em saber que algo tão precioso e histórico possa acabar por negligência!
Saudades do tempo em que fui componente, foram os melhores tempo da minha vida!!!
Sou muito grato ao Professor A.Rodrigues pela paciência que teve, e também por tudo que nos ensinou, tanto musicalmente, quanto moralmente, e também ao Flávio pela garra em lutar até o fim pelo bem da banda!!!
Bom texto amigo Izael, espero que seja atendido as reivindicações e que os ensaios possam serem retomados.
Parabéns, Professor Izael!
Nossa juventude e sociedade clamam por cultura. Esperamos que a Secretária de Cultura fique sensibilizada e dê mais atenção a nossa Banda e valorize o Talento de nossos músicos.
Parabéns Professor Izael Mirando. Excelente texto, excelente reivindicação, excelente clamor… é a nossa cultura que fala por suas palavas… bom, o quanto se gasta para fazer uma mega festa dessas… todo ano tem… vêm algumas bandas de fora, tocam algumas horas e vão embora com o dinheiro dos cidadãos… eu como cidadão me sentiria melhor com esse dinheiro sendo gasto com a Banda Municipal… com apenas o que se gasta com uma dessas mega bandas, seria o bastante para resolver todos os problemas da banda municipal, pelo menos de forma imediata… os problemas mais urgentes… sim… a preocupação que está em jogo aqui, professor, é pela Cultura Buritiense, não por uma opinião politizada ou tendencialista que possa parecer… é por ter sido integrante da Municipal de Parnaíba por 10 anos e saber o quanto seu clamor é verdadeiro e necessário, urgente, emergente… peço junto com você o mesmo… pela Banda Municipal João Batista Amaral… pela música instrumental, pelos músicos, pela Cultura.
Buriti dos Lopes esta passando por uma situação que não é valorizado a cultura e a arte ,os esportes e nada de incentivos sustentáveis ,ecologicamente falando.É lamentável!!!
Satisfeito com o que li e parabenizo o autor pelas verdades que foram ditas e esclarecimentos prestados a cerca da situação cultural de nossa cidade. Podemos dizer que há um certo descaso com algumas questões de nossa cidade? Me pergunto quanto uma sociedade civil perde ao ter uma bem cultural deste porte, desativado por falta de interesse público, mesclado com cunhos políticos e pessoais. Triste realidade de uma cidade que respira política, de uma sociedade que se contenta com uma carrada de piçarra ou de aterro, ou até de uma garantia de efetivação no serviço público através de um concurso fajuto. O que vemos, são lascas de administrações que desprezam os bens mais preciosos que uma comunidade pode herdar. O que nossos filhos dirão à respeito de uma Banda de Música que estará marcada apenas na memória daqueles que puderam apreciar momentos singelos e marcantes? Nada poderão dizer, porque de nada saberão, pois ela já não existirá mais. Fica o nosso descontento, e expomos nossas insatisfações nas redes e mídias sócias onde todos podem ver, analisar e julgar de acordo com a sua sabedoria. É a triste realidade de uma sociedade que se subjuga vivendo ao lado da hipocrisia daqueles que se dizem ser os nossos representantes municipais. E nada mais são do que “políticos”, e esse termo em destaque, anda meio banalizado nos dias de hoje.
A esperança jamais morrerá, a sociedade não é mais boba…morrerão eles, os “bem-feitores” abraçados ao lado da pobreza espiritual.