O Folclore e o Uso do Arroz, Cultura Buritiense

Publicado por Gildazio em 23 agosto 2016

Partindo do principio de que o folclore é um conjunto de manifestações da cultura popular que existem nos mais variados povos, nas várias regiões do mundo. O folclore manifesta-se de muitas formas e em todas as regiões do mundo, pois a cultura popular é bastante versátil e se desenvolve com força em qualquer povo. O folclore também freqüentemente associa-se às tradições religiosas, acrescentando elementos novos aos rituais tradicionais.

O folclore se manifesta por meio das crenças, superstições e simpatias, uma dessas crenças mais antigas está relacionada ao “arroz”, é o ato de jogar arroz na cerimônia de casamento. Essa tradição é muito antiga, provavelmente tenha surgido a mais de 4 mil anos no sudeste asiático,  nas terras chinesas. Ela se espalhou por todo o mundo. Na China o arroz é considerado o símbolo da prosperidade. Segundo uma lenda o ato de jogar arroz nas cerimônias de  casamento foi introduzido quando um mandarim (alto funcionário público da China) encomendou uma chuva de arroz para ser lançada sobre sua filha após a cerimônia de seu casamento. Isso seria para demonstrar publicamente a sua riqueza e seu amor. A partir daí o gesto se espalhou pelo mundo todo e virou tradição. Hoje é tão difundido que deu origem a expressão “arroz de festa” para se referir àquelas pessoas que são figuras fáceis em festas.

A Lenda do Arroz: Conta-se que em 1637, quando os bandeirantes de Raposo Tavares devastaram as terras que corresponde ao atual município de Cachoeira do Sul – RS, destruindo todos os aldeamentos indígenas que haviam sidos fundados pelos Jesuítas, um índio Chamado Tuti foi o único sobrevivente. Desesperado com a perda de todos e de sua morada, Tuti sentava-se à margem do Rio Jacuí e ali viu noites e dias nascerem e morrerem. Postou-se então a chorar. Chorava de fome, chorava de dor, e de saudades. E tudo em sua volta parecia chorar com ele. O Sol era pálido, a noite era negra, as flores se curvaram e as águas endoideceram. Tuti sentado no mesmo lugar broqueado de fome e de dor, com a face chicoteada pelo vento e os olhos cravados ao céu, como a pedir clemência, enxergou um vulto, nesse momento tudo cessou. As águas continuaram enfurecidas, mas em profundo silêncio, o vento adormecera nas moitas e no céu como quem prevendo felicidade, a lua sorria. Sobre as águas, o vulto aproximava-se de mansinho. Era o vulto de uma mulher e trazia em suas vestes a cor do rio com todos os peixes, a cor do céu com suas estrelas a cor das matas com suas aves. Trazia o sol em seus cabelos, e seus olhos luziam como diamantes. Deixando rastros luminosos nas águas enfurecidas do rio, aproximava-se mais e mais, até chegar frente ao índio desconsolado. Falou-lhe, então: – tenho aqui em minhas mãos a semente que saciará a tua fome e de todos que virão. Tome as, eu as recolhi de tuas lagrimas que caíram ao rio. Dizendo isto, – o vulto luminoso deixou escorrer de suas mãos uns poucos pingos dourados, os quais o índio Tuti, com gestos selvagens colhe-os. O vulto sumiu e um violento temporal desabou. O índio de tão fraco desmaiou apedrejado pelo granizo caído do céu. E as sementes foram levadas pelas águas. Após noites e dias de Chuvas, quando sol radiante ressurgiu, Tuti encontrou uns cachos já dourados com sementes. Colhe-os, preparou-os e saboreou. Era uma plantinha frágil, mas que lhe dera muita vitalidade, hoje chamamos essa plantinha ternura de ARROZ.

Alem disso, o arroz está presente culinária tradicional em várias partes do mundo: no Japão o arroz está presente em quase todos os pratos e poucas refeições seriam completas sem o arroz; no Brasil há uma variedade mito grande de pratos à base de Arroz, com destaque para o arroz de Haucá (com charque e leite de coco), o arroz de garimpeiro, o arroz de cuxá (com camarão e legumes), o arroz de carreteiro (com charque), arroz de puta (lingüiça), arroz de pequi, Maria Izabel (com carne de sol e abobora), entre outros. O arroz também está presente em outras receitas como cuscuz, vatapá, bolo, tortas, sopas.

Em Buriti dos Lopes, a cidade do bordado e a capital do arroz, umas das suas maiores tradições é a Festa do Arroz realizada no final do mês de novembro em alusão a colheita do arroz, nesta festa todo ano é feita a escolha da “Rainha do Arroz”. Em Buriti dos Lopes o arroz também está presente em arranjos de decoração.

Imagens: Internet

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