Há Sete Dias Queimando sem Parar o Brejo de Buriti dos Lopes Agoniza e a Prefeitura nãoToma Providências

Publicado por Gildazio em 27 setembro 2016

          A luta pelo poder de fato parece cegar quem o busca de maneira insensata, essa máxima se confirma ao ver total descaso e omissão de nossos gestores para com o Brejo de Buriti dos Lopes, estes completamente envolvidos na briga para se manter no poder a qualquer custo, não conseguem enxergar a absurda destruição de nosso mais importante patrimônio. QUEIMANDO A SETE DIAS SEM PARAR os Buritizais de Buriti dos Lopes parecem estar fadados a extinção.

         O primeiro foco desse incêndio sem precedentes, levando em consideração o tempo de destruição, foi registro no dia 21 do corrente (DIA DA ÁRVORE) sete dias se passaram e até agora nenhuma ação para impedir a proliferação do fogo foi adotada, vale dizer que que a área onde a queimada começou pertence à Prefeitura Municipal de Buriti dos Lopes, e mesmo assim esta não está se importando com o grave prejuízo ambiental.

          No momento o fogo se aproxima de áreas particulares, lembrando que continua queimando a área municipal, e ainda assim nenhuma medida está sendo adotada. Esse contexto nos faz lembrar o desfecho final de um texto que produzimos ainda em 2012 quando alertávamos o eminente problema, vejamos:

 

Lenda da Palmeira Buriti – O Símbolo de Nossa Terra

     A história nos conta que, antigamente, nossa região era habitada por inúmeras tribos indígenas. Estas eram atraídas pela abundante fauna e flora do lugar, além de muitos rios e riachos. Dentre todas as tribos, a mais respeitada era a do Cacique Airuanã, sua aldeia pertencia à nação Tapuia e se localizava nas margens férteis do caudaloso Riacho Muriti, como na época era chamado. Ali, nossos primeiros habitantes encontraram um local adequado para viver.
O cotidiano dos nativos era repleto de alegria, nadavam, pescavam, caçavam, plantavam e se reuniam no terreiro para disputas e comemorações. Todas as noites de lua , diante de uma grande fogueira, juntavam-se para contar estórias. Destas as que mais despertavam o interesse eram narrativas que explicavam o surgimento das coisas, queriam saber e entender de que maneira tudo aquilo que os cercavam passou a existir.
Numa dessas encantadas noites, a filha mais moça do cacique, a linda Araci, indagando ao velho Airuanã, quis saber como havia nascido a primeira das inúmeras palmeiras que tanta fartura lhes oferecia. O pai atencioso, sentado no tronco de um Angico Branco, foi logo explicando:
– Tupã, o nosso criador, tinha nas mãos uma linda semente e olhando para o nosso lugar disse: “Vou dar de presente para aquela nação esta semente”, e nos abençoou com a palmeira muriti.
Mas um certo espírito do mau, de nome Mauarí , passou ali por perto e com inveja perguntou ao criador:
– Onde vai plantar  esta semente? Como vai se chamar?
    Tupã observando a grande inveja e ganância pela semente, não lhe deu atenção e nada respondeu, e só deu o nome dela quando Mauarí se retirou.
Ao entregar a semente aos índios, Tupã disse:
– Desta semente nascerá uma imponente árvore que terá o nome Muriti. Será de porte alto e crescerá de 35 a 40 metros de altura. Vai ser a Rainha das florestas desta terra e dela derivará seu nome. No desabrochar de suas palhas, cor verde esmeralda, as do olho terá que formar primeiro uma bela coroa. Esta será vista por todos observadores, depois de aberta e já com forma de uma grandiosa mão protegerá todos desse lugar, e em gratidão pela dádiva recebida deverão respeitar e preservar sua existência.
          Nossos ancestrais cuidaram logo de plantar a semente, e dela nasceu nossa primeira palmeira de buriti. Desta, várias outras surgiram dando origem ao nosso buritizal, seus cachos com mais de dois metros de comprimento, seus frutos arredondados de escama vermelho rubi, dá uma polpa amarela cor de ouro, utilizada para fabricação de pamonhas, sucos, azeite e doces. A palha serve de coberta para as ocas, o volumoso riacho de forte correnteza tudo irriga, abastecendo com pura água as raízes das palmeiras.
Mauarí irritado com a felicidade indígena e com raiva de Tupã por não ter nele confiado, rogou uma maldição naquele verde paraíso, dizendo:   
 Quando a ganância e a inveja falarem mais alto, os homens tornarem-se ambiciosos pelo poder e não mais se respeitarem, essa harmonia e fartura terá fim. As águas secarão, o fogo queimará, o solo empobrecerá e estas palmeiras não mais produzirão.    
Tupã, ao tomar conhecimento do mau agouro profetizou:
– O presente que entreguei não pode ser maculado. Acredito que sempre haverá homens de boa vontade e de bom coração que tudo farão para impedir essa maldição. As nobres palmeiras resistirão o máximo possível e de pé ficarão, enquanto existir esperança na defesa de sua vida.

Buriti dos Lopes, 20 de julho de 2012.

Texto: Professor Gildazio e Poeta Neném Calixto

2 Replies para “Há Sete Dias Queimando sem Parar o Brejo de Buriti dos Lopes Agoniza e a Prefeitura nãoToma Providências”

  1. Avatar Caubi Catelo Branco disse:

    Caro articulista,
    É muito simples a resposta à sua indagação: assim como o morto, buritizal queimando não vota, e voto, no momento, é que interessa!
    Quem sabe, após a eleição, sobrando algum, as providências sejam tomadas (se ainda restar algum buritizal). Aos que acreditam, só resta rezar.

  2. Avatar Hermann Duarte Castelo Branco Diniz disse:

    Meus Prezados Professor Gildázio e Poeta Neném Calixto,

    A condição em que se encontra o nosso “BREJO DO BURITI”, nosso porque pertence ao POVO de Buriti dos Lopes/PI, causa-nos enorme tristeza, haja vista a situação de calamidade em que se encontra esta Reserva Florestal. A situação calamitosa deve-se ao povoamento das áreas lindeiras ao “Brejo do Buriti” e ao desmatamento irracional dos morros que circundam Buriti dos Lopes e ao aterramento das áreas alagadas que antigamente existiam nas proximidades do Brejo, fazendo com os mananciais do aquífero livre fossem extintos e deixassem de irrigar as áreas do “Brejo do Buriti”. Ademais as áreas que margeiam a Rodovia Federal BR 343, sejam as pertencentes a Faixa de Domínio da Rodovia, sejam as áreas pertencentes ao Município de Buriti dos Lopes e também as áreas particulares da margem esquerda (lado do depósito de gás), são as que originam estas queimadas, as quais se estendem até o interior do “Brejo do Buriti”. Outro fato que constatamos são as constantes invasões ao interior do Brejo, seja à procura de frutos, de madeira ou simplesmente para usarem drogas ilícitas. Esses invasores, em muitas ocasiões, também provocam queimadas apenas por descuidos de seus maus hábitos.
    Por outro lado, muitos criticam o Ex-Governador Zé Filho, acusando-o de ter secado o “Brejo do Buriti”, contudo essas críticas devem-se a ignorância técnica desses críticos e razões meramente políticas, uma vez que o Ex-Governador Zé Filho perfurou poços artesianos em sua área, cujo captação do precioso líquido provém do aquífero confinado, o qual não se comunica com o aquífero livre que sustentava o “Brejo do Buriti”. Apesar de tudo que está acontecendo, ainda tem salvação o “Brejo do Buriti”, porém para que isto se torne realidade é necessário o engajamento de todos aqueles que desejam salvar o “Brejo do Buriti”. Eu, Hermann Duarte Castelo Branco Diniz já me comprometi publicamente a doar os 60.000,00 m² da área de brejo que está inserida no Registro de Imóvel de minha “Gleba Brejo”, inclusive esta atitude foi bastante publicitada neste Portal BURITIENSE.

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