Como Buriti chegará aos primeiros dias de 2017? Parece que a gasolina vai baixar, as promoções de fim de ano explodirão aos olhos dos consumistas, mas muita gente não vai está nem aí para isso. O Sul e o Sudeste terão uma hora na frente, dá até para curtir dois reveillon, primeiro em Copacabana e depois em Salvador, tudo isso no intervalo de uma hora, ainda assim muitos preferem o Buriti de açúcar. Isso é para quem pode, deve ser a água.  Como acordaremos no ano novo com novo governo municipal? Essa é uma resposta para mais de dois meses à frente, até lá observaremos a contorção, a calada da noite, os cochichos, o arrependimento pela palavra mal colocada e a infernal curiosidade tomará conta de nossas mentes. Para onde vamos?

      A dúvida e a incerteza pairam no ar, até quando isso acontecerá, perguntamo-nos sempre, tentando antever diante das preces e promessas, sem nos esquecermos de onde viemos? Como, passadas as intempéries, vamos ver o novo governo? Ridículo para uns, inexperiente para outros, e sem uma direção clara para alguns chatos de Platão. É assim mesmo, temos que aceitar. Somos sujeitos dinâmicos, ávidos por mudanças ainda que elas desagradem.

      Fim de ano, B-R-O BRO, calor que provoca arrepio e o brejo queima seus pauis dia e noite, sem parar, parece Fogo Morto e Menino de Engenho.  É outubro, lembra queimada, cinzas, fênix. Quando dezembro chegar, Papai Noel vai estacionar seu trenó “na praça de cima” e o bom velhinho acenderá velas para Nossa Senhora dos Remédios e arrematará um bolo de fôrma que terá escrito em cima “feliz natal”.

       Ano novo, problema velho, primeira ação: olhar quem sai e quem entra e quem ficou de fora vendo a banda passar. Segundo ato: promover um mutirão, limpar o mercado, tirar fotos do lixo deixado nas ruas, talvez não. Os últimos santinhos já desbotados pelo tempo terão seus últimos dias de cor antes que o ronco dos trovões anuncie seu fim e a água os leve para as profundezas do mundo sem volta.

       O começo é sempre assim, “estão me perseguindo”, “me respeitem, sou concursado”, “não dependo de prefeitura” blá, blá, blá. Muita calma nesta hora minha gente, Buriti é assim mesmo, não agrada, acerta, erra. Essa roda gigante de dezembro a janeiro transforma-se e “não para não”, ainda bem pois, se não nos tornaríamos eternos, enfadonhos, donos do tempo, imortais. O tempo é o melhor remédio para curar mágoas. Que venham novas pessoas, novas mentes e assim caminha a humanidade.