Estamos há menos de um mês do fim do ano, mas o 2016 já acabou. Acabou por vários motivos e não é preciso muito esforço para revolver ao passado e lembrarmos-nos de alguns fatos marcantes, fundamentais e ao mesmo tempo dramáticos da nossa política. Começamos pela agonia do governo Dilma e pela novela de Eduardo Cunha, um joguete apimentado pelas por novas denúncias diárias e interferências diretas e oportunas da imprensa. Ficamos marcados por escândalos e prisões de pessoas que se achavam a cima da lei e de todas as pessoas, aos poucos podemos perceber que a justiça não é tão ruim e desigual como pensam.

             O ano acabou pela delação do fim do mundo. Os donos e mais dezenas de executivos da Odebrecht  resolveram contar tudo que sabem em troca de menores penas. Isso já deixou políticos sem um natal feliz e um próspero ano novo. Entre mortos e feridos salvaram-se todos? Ninguém. O respingo foi geral com sobras de rabanada ( rapadura) para 2017. Papai Noel não foi convalescente, presenteou todos os políticos com presente de grego.

              Definitivamente o ano acabou, talvez seja o mais breve de nossa república tupiniquim. Estamos em 2017, mas não podemos esquecer as chagas e rastros deixados que servirão de exemplos daquilo que não podemos fazer ou repetir. A laja jato continua, a economia segue precisando de fôlego para se recuperar e a Petrobrás começa a dar lucros e suas ações estão mais valorizadas agora. Temer continua perdendo ministros desde a delação do fim do mundo e o PT começa a se articular com novas cores e propostas de enfrentamento como oposição. Os réus em processos começam a ser condenados, resta esperar o desfecho desta cena fatídica já há muito anunciada. Um fato novo pode temperar ainda mais este caldo; o assassinato de juízes e empresários, um clássico exemplo de queima de arquivo.

             De todo modo, tivemos um ano muito produtivo no congresso nacional. O foco sobre votações, cassações e pronunciamentos forçou uma agenda de trabalho que confundia noites com dias e nós expectadores assistíamos aquilo sem olharmos que o trabalho de um parlamentar atuante também pode estressá-lo, já que as sessões são ao vivo e algumas votações são abertas e nominais. Podemos ter um primeiro recesso parlamentar apenas cronológico porque não haverá tempo psicológico, pois as articulações e manobras continuam a todo vapor em pleno o réveillon. Que venha o carnanal!

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