O Brasil inteiro ficou atônito com a decisão do TSE, por 4 votos a 3, a favor da manutenção de Michel Temer na presidência da República, ignorando a existência de provas cabais de corrupção e outros tantos crimes cometidos pelo acusado, e, ignorando ainda mais, o clamor público por novas eleições, diretas ou indiretas.

     Independente de qualquer opção partidária, nem mesmo os correligionários de Temer acreditavam que, com tao fortes argumentos, um Colegiado da Justiça que, até então, detinha alta credibilidade do povo brasileiro, pudesse agir com tamanha insensatez jurídica.

     E então ficamos todos nós com a sensação de insegurança extrema, porque não podemos mais esperar justiça da própria Justiça!

     Vez por outra vemos notícias de corrupção no Judiciário, mas nada que nos estarrecesse tanto quanto uma decisão histórica como essa. E, agora, como ficam todos os outros processos que tramitam que tenham similaridade causal com esse absurdo jurídico? O que esperar desse braço do estado que ainda era respeitado e a quem, recorrentemente, depositávamos as esperanças para solução de conflitos sobre o pilar do Direito Positivo?

     Não sei mais a quem recorreremos, a partir de agora!

Antes disso, parecia-nos que, dos três poderes sobre os quais nossa Pátria está basilada, o Judiciário era o único que permanecia isento de tanta sujeira que tem corroído nossa democracia a ponto de pô-la, por alguns, em xeque. O Poder Judiciário, que só deveria falar nos autos, sob o manto da Justiça, hoje em dia quer até legislar (e já o faz, como bem sabemos!).

     Como profissional da segurança e também do Direito, temo pelo que ainda está por vir, diante de tantos absurdos que temos presenciado. Algumas vezes, ao ler o noticiário, sinto-me assistindo a série americana “House Of Cards”, que conta história de um político que é capaz de absolutamente tudo  (tudo mesmo!) para chegar e manter-se no poder.

     E tudo é política, embora muitos de nós afirmem que a detestam e outros tantos ignorem total ou parcialmente essa assertiva: os nossos impostos, a quantidade de recursos destinada (ou não!) a cada área social, o valor do salário mínimo ou dos servidores públicos, os crimes e as penas, a própria divisão de poderes, que é constitucional, e a própria Constituição Federal, tudo! Porque tudo isso é feito pelo poder Legislativo – deputados e senadores, em nível federal, deputados estaduais, em nível de Estado, e, vereadores, no âmbito municipal. Assim, TUDO É POLÍTICA!

     Mas não podemos mesmo é desistir e perder as esperanças!

    De 1988 até hoje são 29 anos, apenas. Nossa Democracia é como um jovem que está amadurecendo após varias escolhas erradas e que tem a chance de acertar a cada 4 anos.

     Pensemos assim: erramos muitas e muitas vezes, mas ainda dá tempo e, se realmente quisermos e nossa memória não falhar facilmente, poderemos fazer boas escolhas que nos levem a dias melhores. Então, nossa esperança deve ser depositada mesmo é no POVO, de quem emana todo o Poder!