POÇO DA ONÇA.

             De acordo com o historiador, professor de história e pesquisador Mauro Júnior Rodrigues Sousa, “O Poço da Onça é um complexo arenítico que representa parte do potencial arqueológico do norte – piauiense”. Levantamos a hipótese que o local tenha sido um extenso centro de cerimônias, ou um corredor de povos nômades, dadas as imagens e formações rochosas concentrados neste lugar, contudo, sem muito alento para uma interpretação segura do que tenha sido. Sua riqueza reside no fato de uma grande concentração de pinturas rupestres, vestígios de povos paleoíndios que habitaram temporariamente o local e deixaram registrados em grafismos geométricos a marca de sua presença.

             O complexo arqueológico Poço da Onça situa-se numa área de intercessão entre dois municípios, Caraúbas do Piauí e Piracuruca. Os moradores próximos dos sítios relatam que são terras de “encantaria”, terras encantadas que faziam o gado e vaqueiros se perderam dentro da mata. Os moradores mais antigos levavam enfermos para se curarem lá e onde também caçadores se perdiam, também, se ouve de longe o roncar de um carro, segundo relatos. Há uma grande formação rochosa chamada de Casa de Pedra onde uma leprosa vivia lá com dois filhos (que de fato viveram mesmo por testemunho dos moradores mais velhos) e sobre os perigos de um poço de pedra onde as onças frequentavam para beber no verão.

             As cidades de Piracuruca, Caraúbas e Cocal, possuem um número considerável de áreas arqueológicas em suas adjacências, o que sugere uma possível concentração maciça de populações primitivas em épocas remotas, ainda que haja possibilidade dessas ocupações terem sido sucessivas e temporárias. Essas observações foram baseadas na quantidade de registros rupestres, grutas furnas e abrigos sob rochas encontrados nas cercanias dessas cidades, alavancando o tão propalado potencial arqueológico da região. (SOUSA, Mauro Júnior Rodrigues, Aspectos Etno-Históricos, Geográficos e Arqueológicos do Poço da Onça. Parnaíba-PI, 2011.)