O nosso salário, mínimo ou não; os impostos que pagamos, ainda que muitas vezes estejam escondidos no valor de tudo quanto consumimos e nem nos apercebamos; a sensação de impunidade diante de vários crimes cujas penas sequer são aplicadas na sua integralidade; a discriminação e o cerceamento de direitos básicos; as relações trabalhistas, de consumo e interpessoais… tudo isso é objeto das leis que regem o nosso país, e, se estamos insatisfeitos em quaisquer dessas áreas, não há outra forma de mudança que não seja a reformulação do arcabouço de normas que, em sua grande maioria, estão mesmo obsoletas.

     Mas… quem faz as leis?!

     No Brasil, em âmbito federal, o Poder Legislativo é o responsável pela elaboração das leis, e é composto por Deputados Federais e Senadores, que compõem o Congresso Nacional. São esses políticos, eleitos pelo povo, que usam de seu poder representativo para fazerem valer as vontades de seus eleitores (ou pelo menos é o que deveriam fazer!!), traduzindo em normas de convivência social o desejo da população.

     Ocorre que, sobretudo nos dias atuais, temos visto os congressistas legislando, apenas, em causa  própria, esquecendo-se, totalmente, da razão pela qual estão naquela Casa, deixando-nos estarrecidos diante de escândalos de corrupção, de clara troca de votos por favores pessoais nas questões de interesse nacional, relegando a vontade do povo à última instancia de prioridade. É como se não lhes interessasse a nossa vontade e fosse insignificante a revolta demonstrada pela sociedade em geral, ainda que apenas nos meios de comunicação gratuitos, como as redes sociais.

     E a frase que mais vemos é: “Não gosto de política!”. Mal sabem as pessoas que assim se posicionam que isso é tudo o que os políticos mais gostam de ouvir; porque quanto menos se gosta de algo, menos se interessa pelo que ocorre e, principalmente, menos ainda se toma uma atitude contra! E se tudo em nossa vida é lei, e quem faz a lei é o político, entao, queiramos ou nao, TUDO É POLÍTICA!

     Então não se pode, simplesmente, “lavar as mãos’, como o fez Pilatos! Temos, sim, é que arregaçar as mangas e nos engajar nessa seara onde, até hoje, famílias inteiras dominaram totalmente o destino da nação brasileira. Enquanto nós nos abstermos de tornarmos as rédeas da política, não poderemos sequer esperar a mudança que tanto precisamos, muito menos exigi-la!

     É chegada a hora de trocar o “não gosto de política”” por “EU FAÇO POLÍTICA!”, a boa política, que, em sua essência, é linda, porque, como dizia e repetia inúmeras vezes o  Papa Pio XI, “a Política é a forma mais perfeita da caridade”.

@majorelizetelima