Se não dermos um basta, onde vamos parar?!
Publicado por Gildazio em 16 fevereiro 2018São mais de 60 mil mortes violentas por ano… e o número de roubos e furtos é imensamente maior do que aqueles registrados, uma vez que a maioria das vítimas nem sequer vai aos distritos policiais, por considerarem perda de tempo. é, de fato, uma guerra não assumida…. uma realidade que teimamos em ignorar (até o dia em que ela bate à nossa porta).
E abro alguns portais que noticiam a redução da criminalidade em nosso estado! Como assim?!
O mês de fevereiro deste ano, por exemplo, foi marcado com uma ação audaciosa de infratores que dispararam vários tiros contra uma barreira policial militar, na zona rural de Teresina. Embora ninguém tenha sido lesado, as instituições de Segurança Pública foram ferida de morte, dada o significado dessa ação: os bandidos já têm qualquer resquício de respeito pela força pública de segurança.
Então estamos naquele momento em que temos que fazer uma escolha, como a juventude costuma dizer: deixar rolar, e ver qual é… ou tomar uma atitude!
O problema é que uma semana após o ocorrido e já nos lembramos mais desse fato… e as autoridades responsáveis sequer foram a público falar sobre o assunto. E nossos representantes?! Ah.. esses estão mais preocupados com suas reeleições, frequentando bailes de carnaval pelo interior do estado, afinal, estamos a pouco mais de 6 meses do pleito eleitoral!! Quem iria se preocupar em usar a tribuna de uma Assembleia Legislativa ou do Congresso Nacional para cobrar dos Governantes a responsabilidade que tem sido negligenciada em relação à Segurança dos cidadãos?! Qual Deputado iria deixar de correr atras de apoio politico entre os prefeitos e vereadores ou de tirar a foto no “meio do povo” para usar em suas campanhas pré-eleitorais, para demonstrar ao menos preocupação com os rumos de nossa famigerada segurança pública?!
De jeito nenhum nossos deputados ou senadores estariam preocupados, porque, foram só dois policiais militares que sofreram tentativa de assassinato, afinal, estavam de serviço e eles juraram defender a sociedade “mesmo com o risco da própria vida!”. Sao apenas dois piauienses que integram uma corporação cujo efetivo corresponde a pouco mais da metade do previsto na Lei de Fixação, e que se desdobram em “bicos” para complementar sua renda.
Por que iriam se preocupar?! Têm eles, nossos representantes, seus próprios seguranças, pessoal e patrimonial! Ah… Por que repercutir uma noticia dessas?! Melhor não gerar pânico na população, não assustá-la!!
E enquanto isso, os criminosos riem e se fortalecem.
Se nao dermos um basta, onde vamos parar?!
Isso faz lembrar a poesia de Eduardo Alves da Costa (que erroneamente tem-se atribuído a Vladimir Maiakóvski):
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”