A DIVINA PROVIDÊNCIA

Publicado por Gildazio em 12 junho 2018

     

     Esta semana foi divulgado o Atlas da Violência no Brasil referente ao decênio 2006 – 2016, ratificando o que é, sabidamente, senso comum: houve um aumento assustador nos índices de violência no país inteiro. E, no caso específico do Piauí, houve nessa década quase 60% a mais de homicídios, que é o parâmetro usado para medida. E olhe que, nesse mesmo mapa, os piauienses ainda podem dizer que residem no 3º estado brasileiro menos violento!

     Mas, será que esta é a sensação de nosso povo?!



     Particularmente, entendo que a violência vai muito além do número de mortes violentas de cidadãos, muito embora seja essa a modalidade criminosa mais grave prevista na legislação pátria.           Senão, vejamos:

     Há municípios piauienses, por exemplo, que conseguiram a incrível  façanha de passar um ano inteiro sem que um único cidadão seu fosse assassinado, como é o caso de Paulistana, situado no sul do estado. E nem por isso aquela população deixou de ser vítima de inúmeros outros delitos, dentre os quais o roubo, crime que “fere de morte” a sensação de segurança de uma comunidade, deixando marcas profundas em todo e qualquer indivíduo que passe pela terrível experiência de ter uma arma de fogo apontada para si.

    E, mais que isso, há, ainda, o fato de que a grande maioria das vítimas de roubos ou furtos sequer registram formalmente as ocorrências, tendo em vista a total e absoluta descrença de que encontraria solução no sentido de ter de volta o bem e/ou de que o infrator seria preso ou apreendido.

     Contornando a situação, vê-se na imprensa em geral, salvo raras exceções, uma verdadeira manipulação dos dados estatísticos, para tentar “provar”que o Piauí é um estado seguro. Ainda bem que, nos últimos tempos, a interatividade das redes sociais tem proporcionado transparência e oportunidade do cidadão comum se manifestar, e temos visto comentários incisivos em postagens que tentam ludibriar o povo, muitos deles beirando a agressividade, fruto da enorme indignação de quem já não suporta mais essas facetas.

     Não sou afeta às críticas que ultrapassem o limite da ética e dos bons costumes, porém, também já não posso calar-me diante dessa manobra rasteira para a manutenção de uma conjuntura política que, tenho a sensação, muito embora ainda detenha o poderio econômico, está falida e fadada ao fracasso muito em breve.

     Dizem por aí que estou apenas sonhando e que nossa gente, mesmo sofrida e oprimida, que tem se manifestado em alto e bom tom afirmando com veemência que quer mudança, na “hora do pega para capar”, sucumbirá às tentações das ofertas que suprirão às necessidades prementes da fome de pão em detrimento da sede de justiça social.

    Entretanto, não me arredarei da esperança de que estamos num momento de transição radical da política brasileira, e jamais poderia deixar de apostar no poder das massas, sobretudo quando inspiradas, como o é de tempos em tempos, por algo mais profundo que o entendimento humano: a divina providencia.



     Se você, leitor, também crê, compartilhe! Vamos mudar o Brasil!

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