Quem Defende o Quê?

Publicado por Gildazio em 22 outubro 2019

     Quando eu era adolescente, adorava estudar história do Brasil, sobretudo a época do segundo reinado. Naquele tempo, o Ministério dos Irmãos, o primeiro, composto apenas por liberais, foi encarregado de realizar as primeiras eleições do novo período, em 1840. Mas  a fraude e a violência foram tão marcantes, que ficaram conhecidas como “eleições do cacete”. Dom Pedro II decidiu, depois de dois anos, anular aquelas eleições e substituir os liberais pelos conservadores. Mas os dois partidos se alternavam no poder, de acordo com a com a vontade do imperador, político habilidoso, que decidia de acordo com a conveniência!

     Eu lia e ficava imaginando como vivia o povo em meio às disputas pelo poder entre conservadores e liberais. Os dois partidos não tinham diferenças ideológicas e ambos representavam a classe dominante. Eis porque caiu tão bem a frase “Nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder, e nada mais parecido com um liberal do que um conservador no poder.

     Então, em tempos hodiernos, tenho me apercebido que essa prática da política brasileira ainda é uma constante. Desta feita, entre “direita” e “esquerda”.

     Os direitistas, dizem defender “a moral e os bons costumes”, posicionando-se de forma extremamente radical em temas polêmicos como a sexualidade, aborto e até religião; os esquerdistas, em oposição a todo e qualquer posicionamento dos representantes da direita, defendem em uníssono as ideias e pontos de vista de seus líderes políticos.

     E as batalhas excedem os limites do Congresso e do Senado e, sobretudo nas redes sociais, colocam em lados opostos até mesmo familiares mais próximos! E ai de quem não tomar partido! Se eventualmente alguém concordar ou discordar de algum posicionamento de um lado ou de outro, a tropa adversaria parte para o ataque sem dó nem piedade!

     Porém, será  que a direita e a esquerda brasileiras são mesmo tão divergentes?

     Saímos de 16 anos em que a esquerda gerenciou nosso país e agora é a direita que conduz os destinos da nação. Bolsonaro chegou à presidência surfando uma onda de desejo de mudança, impulsionada pela internet, pregando o fim da corrupção e do poder pelo poder. Trouxe consigo vários deputados e senadores, e até governadores, a maioria sem serviços prestados à sociedade, apenas pelo fato de estarem ombreados com o “mito”.

     Passada a “lua-de-mel”, em menos de um ano após as eleições, assistimos a vergonhosa disputa entre aqueles que andavam de mãos dadas em busca de uma cadeira no legislativo. As redes sociais são o principal palco das agressões que beiram o ridículo, causando-nos, a nós que temos discernimento, asco e repulsa sem igual.

     E onde está a preocupação com os males que sofrem os milhões de brasileiros?!

     Já decorreram quase 25% dos mandatos e ainda não me apercebi da tal mudança apregoada nas campanhas eleitorais de 2018!

     É… parece que a velha frase “Nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder, e nada mais parecido com um liberal do que um conservador no poder”, de dois séculos atrás, está mais atual do que nunca!

     Entretanto, como a esperança não morre, quem sabe nos próximos anos possamos vivenciar a tão sonhada e necessária NOVA POLÍTICA!

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