Buriti dos Lopes tem se destacado como um dos principais polos cerâmicos da região. A produção de telhas e tijolos cerâmicos é parte fundamental da economia local, movimentando comércios, gerando empregos e garantindo o sustento de muitas famílias.

     A presença de argila em abundância e a tradição no trabalho com cerâmica são fatores que favorecem o desenvolvimento da atividade no município. As cerâmicas operam em ritmo intenso para atender a uma demanda crescente da construção civil, que mantém o setor aquecido não só em nosso município, mas também em cidades vizinhas.

     Apesar dos benefícios econômicos, o setor enfrenta desafios, especialmente no que se refere ao impacto ambiental da atividade. A extração de argila pode causar degradação do solo e assoreamento de áreas naturais. Outro ponto crítico é o uso de fornos tradicionais movidos a lenha, que contribuem para o desmatamento e a desertificação, além  da emissão de fumaça e gases poluentes.

     Diante dessa realidade, é importante se buscar alternativas mais sustentáveis, como o uso de fornos que operam com biomassa — uma fonte de energia renovável e menos poluente. Há também experiências com o aproveitamento de resíduos cerâmicos e cinzas, reutilizados na fabricação de novos produtos, reduzindo o desperdício de materiais.

     É necessário que essas empresas adotem medidas para minimizar os impactos da extração de argila, como o uso rotativo das áreas de coleta e o cuidado com a recomposição do solo, preservando o equilíbrio ambiental da região.

     A expectativa é que, com a adoção gradual dessas práticas, Buriti dos Lopes consolide seu papel como um polo cerâmico forte e ambientalmente responsável. A combinação entre tradição, inovação e consciência ambiental pode garantir não apenas a continuidade da produção, mas também a qualidade de vida para as futuras gerações.