O que temos visto e comentado ultimamente são as manifestações que estão acontecendo em nosso país. Observamos que a imensa maioria dos protestantes são formados por jovens que levantam a bandeira por várias reivindicações, embora o marco inicial fosse o transporte público. Diante de tal constatação resolvi pensar no nosso caso, ou seja, em nossa realidade buritiense. Caso o jovem de nossa cidade chegasse a levantar a bandeira quais reivindicações fariam. A nossa realidade não é diferente da maior parte do resto do Brasil, especialmente, a nordestina: falta de trabalho para os jovens, aumento da violência, drogas, educação de baixa qualidade, politicagem, etc. O que percebo nos jovens buritienses é uma certa distância quanto a assuntos que envolvam cidadania. Também é sabido que somente em épocas de eleições há participação maior de jovens, mas mais pela saída da monotonia do que por razões fundadas. Se nos grandes centros urbanos os jovens cansaram de ouvir palavras vindas de pessoas que só olham para o próprio umbigo e buscam somente interesses restritos, em nossa realidade que não difere das demais, qual a razão para não a questionarem? Aprendi na Faculdade de Direito que o titular do poder é o povo. Esse elege representantes que devem gerir a coisa pública em prol do interesse da maioria. Por essa razão, e por práticas não condizentes com um agente político é que os jovens do Brasil se levantaram. Eles não quiseram ser representados por partido político o que demonstra a falência do nosso sistema político-partidário. Embora a cobrança maior fosse direcionada ao Poder Executivo a mensagem ao legislativo foi dada, no caso, a PEC 37. Isso poderia servir de exemplo ao legislativo buritiense. Se o jovem buritiense fosse participativo nas sessões do legislativo municipal, com senso crítico, veria a realidade. Por isso, sou a favor da instituição de uma matéria na grade curricular das escolas sobre noções básicas de cidadania. Veria, primeiramente, que uma das funções primordiais do Poder Legislativo é a fiscalizadora. Portanto, veja como é importante eleger um membro do legislativo. O meio em que vivemos, Buriti dos Lopes, poderia servir de exemplo caso a juventude acordasse para a vivencia da cidadania. O atraso em nosso meio social, político e econômico é fruto de anos sem uma participação ativa nas decisões de nossa cidade. Tomando uma atitude ativa o jovem buritiense contribuiria para o crescimento de nossa cidade, tanto econômico como social. Nossa juventude é perspicaz. O número de universitários aumentou nos últimos anos. Portanto, existe uma classe formadora de opiniões que pode compartilhar ideias para o crescimento de Buriti dos Lopes. Ainda lembro o movimento dos caras pintados e pensava que isso nunca mais iria acontecer. Mas estou presenciando um momento histórico. Confesso que queria estar lá.

Texto enviado para nossa redação pelo Advogado  William Gomes de Almeida