Os transeuntes ao passar pela Avenida Josias Leódido deparam-se com uma cena de presteza, delicadeza e amor ao próximo. Uma rede armada em uma área de uma casa desperta a curiosidade e ao constatarem que existe um ser humano que todos conhecem na cidade, “O Luizinho”, provoca uma reflexão aos sentimentos de sensibilidade e humanidade tão escassos em nossa cultura.

     O responsável por essa atitude generosa e de compaixão é o “Seu Bebé” (pai do autor desse texto), que vendo a situação daquele ser humano nas noites chuvosas desse inverno, sentiu-se incomodado e decidiu comprar uma rede para colocar na porta da própria casa, proporcionando a “Luizinho” um abrigo e a chance não dormir nas calçadas molhadas.

     Luizinho é um ser humano que nasceu dentro de condições históricas em que a loucura é taxada como doença mental. E por isso é sujeitado, impositivamente, à exclusão na sociedade. Sabemos que essa naturalização só ajuda a legitimação da opressão, da fome, da sede e de condições sub-humanas na qual esses indivíduos vivem. Todavia não são poucas as pessoas que, felizmente, ainda percebem o contrário disso.

     Os atos de solidariedades a esse sujeito não são de hoje. Muitos se desempenham para que ele consiga o mínimo necessário para poder viver: comida, água, roupas e também afeto. Naturalizamos tanto os comportamentos humanos que o “Luizinho” já virou uma paisagem cotidiana da cidade, o problema está em legitimar tais mecanismos de opressão.

     Atitudes como essas devem ser sempre lembradas e compartilhadas diante de determinações estruturais na qual o capitalismo muitas vezes nos impõe, principalmente o individualismo e correria cotidiana, gerando o egoísmo, intolerância e tantos outros problemas naturalizados em nossa cultura.

     Parabéns a todos os buritienses que ajudam esse ser humano a Viver.

     Não esqueçamos, gentileza gera gentileza, amor gera amor…

Texto: Izael Miranda