Enfim, a rodoviária de Buriti dos Lopes foi inaugurada.
Desprezando qualquer referência de cunho político (porque simplesmente não me apraz discussão neste sentido), limito-me a trazer algumas reminiscências do tempo em que percorrer os 33 kms entre Buriti dos Lopes e Parnaíba era muito mais que uma simples viagem de ônibus.
Quem, no auge de seus atuais mais de quarenta anos de idade, não se lembra de ter feito essa viagem que, num automóvel particular e na marcha legal dos 80 km/h, não precisava mais que 30 minutos, mais que no ônibus “oficial” da municipalidade local demorava quase duas horas? Ainda que os usuários desse transporte da época já soubessem da diferença de tempo em face da velocidade média adotada pelo conhecido motorista, quem, em sã consciência, deixaria de fazer essa viagem por isso?
Creio não me recordar perfeitamente das cores do ônibus, mais vislumbro que ele era de um tom claro, quase branco, com uma grande faixa horizontal azul (se os mais idosos têm melhor lembrança, por favor, desculpem-me se não era assim – de qualquer forma, pouco importa para a essência desta crônica), cujo o formato do conjunto da cabine e da frente se aproxima muito do que hoje se mantém como tal num caminhão, mas bem mais arredondada (era como se fosse um “bico” com contorno oval), cuja composição dos assentos era formada de duplas separadas pelo corredor central, e, salvo melhor juízo, não admitia, confortavelmente, mais que 46 passageiros, mas, como sempre, às vezes, levava vários usuários em pé…
É claro, rodoviária na época não existia, sequer talvez pensada… Algum lugar da cidade devia existir para assim funcionar, e na falta de um apropriado, sobrava a própria rua, mais precisamente, a praça central de Buriti dos Lopes, sim, aquela em que está situado o antigo Ginásio, um banco e um posto de saúde, e a parada do ônibus ficava localizada mais ou menos em frente aonde hoje se situa a agência do banco.
Continuando pecando pela lembrança não muito precisa, acho que as viagens diárias se resumiam a duas: uma pela manhã, saindo bem cedinho de Buriti dos Lopes em direção à Parnaíba e retornando por volta das 11 horas da manhã, e outra saindo por volta das 13 horas, retornando às 15 horas, com chegada sempre festejada pelos “esperantes” familiares, já quase à noitinha.
Pois é, nas idas e vindas desse ônibus já à época considerado um tanto quanto velhinho, necessitava-se, sem sombras de dúvidas, de uma pessoa que tivesse todo o conhecimento, experiência, preocupação, controle e paciência em lidar com a “máquina” e principalmente com seus usuários, estes, quase sempre ansiosos para chegarem o mais breve possível. Mas era difícil conseguir apressar o motorista, conhecido e reconhecido por restringir o limite de suas viagens à velocidade média de 45 km/h, chegando no seu pico máximo à 60 km/h.
Já beirando seus quase setenta anos, estava lá o bom motorista conduzindo seu ônibus e transportando seus queridos conterrâneos, de Buriti para Parnaíba e vice-versa, claro, às vezes, com pequenos surtos de impaciência (afinal, ninguém é de ferro aos apupos de alguns incautos), e, embora devagar, sempre levava e trazia seus passageiros com segurança e tranquilidade.
Homem idoso, calejado pelo tempo e pelo exercício da profissão abraçada com amor, dedicação e zelo; corpo um tanto quanto obeso para o desempenho da função desenvolvida, mas nem por isso exercida de maneira inábil; homem de pouca conversa, porém de muitos amigos; pontual (não tanto quanto o britânico), embora de pouca velocidade; e, principalmente, deixou um legado na história do transporte público entre os municípios de Buriti dos Lopes e Parnaíba, ainda que não tenha ficado qualquer rastro material de seus constantes trajetos entre essas cidades…
Seu nome, Roldão Rodrigues, claro. Beirando seus 40 anos ou mais, quem hoje não se lembra de já ter pronunciado algum dia dos anos sessenta e setenta a frase cotidiana de “pegar o ônibus do seu Roldão?
Por isso, mais que merecida e irretocável a homenagem da municipalidade de Buriti dos Lopes em denominar a recém-inaugurada rodoviária com o nome do mais ilustre e saudoso motorista da cidade, pois, de forma apropriada, deu-se ao local o nome de uma pessoa que passou uma vida transportando gente, coisas e animais, e que hoje, para muitos, talvez esteja fazendo às vezes de motorista dos “homens” lá de cima.
Sem reparos, parabéns ao mentor ou mentores intelectuais de tal homenagem.
ESSA HOMENAGEM AO SENHOR ROLDÃO RODRIGUES É MAIS DO QUE MERECIDA,MORANDO HÁ 34 ANOS AQUI EM BURITI NÃO O CONHECI,MAS SÓ OUÇO FALAREM BEM DESSE HOMEM QUE TANTO FEZ PELO NOSSO BURITI DOS LOPES.
Parabéns Dr. Caubi,bela crônica, lendo a mesma me senti fazendo uma viagem no tempo, lembrando me das oportunidades que tive de viajar com o Sr. Roldao. Assim como acho que foi uma homenagem mais do justa.
Lembro como se fosse hoje, o ônibus saía as 14hs, logo ao meio-dia eu já estava lá, para sentar naquele banquinho de madeira ao lado do motorista o Sr. Roldão, para ir observando as paisagens e as conversas de Parnaíba/Buriti. Pensei em pedi esta homenagem para meu pai “Cândido Val”, mas quando soube que seria em nome desse cidadão confesso que mudei de idéia, justa e merecida. Hoje a família do Eduardo pode dizer: aos seus amigos, quando forem a Parnaíba, passando por Buriti dos Lopes há um terminal Rodoviário em nome de seu pai, toda a família tá de parabéns, todos o Buritienses, e principalmente o prefeito pela conclusão dessa obra tão importante.
Conheci o ônibus q seu Roldão dirigia era largo cor azul parava na antiga loja leão lembro dele demais achava um pouco parecido com o Chacrinha pena q não tem a foto do ônibus era mais aumenos em 62/ 63 e a rodoviária com o nome dele foi mais q merecido apesar q moro e em Parnaíba mais vi muito ele em seu ônibus poraqui
ESSA HOMENAGEM AO SENHOR ROLDÃO RODRIGUES É MAIS DO QUE MERECIDA,MORANDO HÁ 34 ANOS AQUI EM BURITI NÃO O CONHECI,MAS SÓ OUÇO FALAREM BEM DESSE HOMEM QUE TANTO FEZ PELO NOSSO BURITI DOS LOPES.
Parabéns Dr. Caubi,bela crônica, lendo a mesma me senti fazendo uma viagem no tempo, lembrando me das oportunidades que tive de viajar com o Sr. Roldao. Assim como acho que foi uma homenagem mais do justa.
Pô!! eu nem era nascido nessa época, mas lendo esse texto com tantos detalhes até fiz uma viagem nesse ônibus até parnaíba.
parabéns
Lembro como se fosse hoje, o ônibus saía as 14hs, logo ao meio-dia eu já estava lá, para sentar naquele banquinho de madeira ao lado do motorista o Sr. Roldão, para ir observando as paisagens e as conversas de Parnaíba/Buriti. Pensei em pedi esta homenagem para meu pai “Cândido Val”, mas quando soube que seria em nome desse cidadão confesso que mudei de idéia, justa e merecida. Hoje a família do Eduardo pode dizer: aos seus amigos, quando forem a Parnaíba, passando por Buriti dos Lopes há um terminal Rodoviário em nome de seu pai, toda a família tá de parabéns, todos o Buritienses, e principalmente o prefeito pela conclusão dessa obra tão importante.
Conheci o ônibus q seu Roldão dirigia era largo cor azul parava na antiga loja leão lembro dele demais achava um pouco parecido com o Chacrinha pena q não tem a foto do ônibus era mais aumenos em 62/ 63 e a rodoviária com o nome dele foi mais q merecido apesar q moro e em Parnaíba mais vi muito ele em seu ônibus poraqui