A mudança que precisamos: esperança ou fé?!

Publicado por Gildazio em 16 novembro 2017

     “Os tempos mudaram!”…”Haverá muitas mudanças ano que vem!””…” As próximas eleições trarão surpresas! “… “As pessoas não estão mais alienadas !” Essas são algumas das frases mais propagadas ultimamente e trazem consigo a esperança de uma nova classe política se formar.

     Entretanto, os velhos caciques se articulam e planejam meticulosamente a manutenção do poder. Em cada partido, são nítidas as manobras para as eleições dos seus velhos “donos”: atraem novos talentos com o canto da sereia, prometendo-lhes estrutura e liberdade para ação, massageando-lhes o ego com elogios a um trabalho consolidado e realmente dignos de reconhecimento; porém, tão logo consigam a sua filiação, sufocar-lhes-ão de tal forma que seus votos servirão, apenas, para que a velharada (não na idade, mas de tempo político) continue a se perpetuar no poder.

     Não bastassem as artimanhas e conchavos, o dinheiro corre solto nos bastidores da política, como uma mola mestra, a força propulsora das eleições.

     E fico a imaginar o quão forte deve ser o pobre nordestino, desvalido de quase tudo, para resistir à oferta de um poço, que lhe dará a sobrevivência na época mais seca do ano, ou de uma consulta médica cuja espera poderá lhe custar a vida. Costumo tergiversar sobre como convencer uma pessoa a não votar naquele que lhe arranjou um empreguinho temporário, donde tira seu sustento e de sua família, quando o desemprego cresce dia-a-dia – e não adianta falar que melhor seriam mais oportunidades de concursos públicos, porque esse mesmo cidadão sequer concluiu as séries iniciais, ou ao menos teve oportunidades de estudo.

     Como convencer uma pessoa desempregada de que a promessa de emprego que lhe fora feita também o foi a centenas ou milhares de outros em sua mesma condição, e que, certamente, para 99% ou até 100% não serão cumpridas?! E o que dizer daquele que recebe míseros 60 reais para um butijão de gás, ou o equivalente à sua conta de luz atrasada, e que, se não pagá-la cortar-lhe-ão o serviço?!

     E como falar da importância de elegermos pessoas que, mesmo não tenho dinheiro para comprar votos ou favores que sirvam de troca, podem ser a única chance de que, um dia, não mais precisemos de favores ou trocados para suprirem necessidades básicas de todos os brasileiros?!

     Fiquei horas a fio imaginando alternativas para explicar a quem está com fome e com sede, quem nunca ouviu falar de políticas públicas, mas apenas de política partidária (e em época de eleição!), quem não compreendeu ainda (talvez por insuficiência de tempo em banco de escola!) o valor da palavra DEMOCRACIA, o valor de seu voto!

     E aí um suspiro de desesperança atinge em cheio meu coração que outrora acolhia sonhos de um país melhor para todos. Fecho os olhos e elevo meus pensamentos ao DEUS que tudo pode, porque só Nele podemos esperar que em 2018 esse ciclo vicioso de velhas práticas políticas seja quebrado e tomemos de fato as rédeas do destino de nossa nação.

     Eu, que antes tinha esperanças, agora só tenho fé.

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